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11 Maio 1922

– Faz hoje 97 anos que Sacadura Cabral e Gago Coutinho, continuaram a sua viagem, a partir de Fernando Noronha, com regresso aos Penedos, e destino final no Recife. Uma viagem prevista para ter 8 horas de voo. As preparações começaram às 04H00 locais, a partida foi às 09H00.

Ás 13H35, com os Penedos à vista, invertem o rumo e voltam, para sobrevoar Fernando Noronha, e prosseguir (sem escala) para o Recife. O tempo está chuvoso e encoberto.

Ás 15H35, uma falha do motor obriga-os a amarar de emergência. A amaragem correu bem. E prepararam-se para uma longa espera.

Afastados das carreiras de navegação, tinham consciência que só o “República” os podia encontrar, muitas horas depois. Tiram o ponto, para registar a sua posição.

Horas solitárias, lentas, sem nada que pudessem fazer, exceto esperar que o hidroavião não se afundasse, e manter a esperança. E confiar numa equipa que cuidava deles: quer o “República”, quer o destroyer brasileiro “Pará” tinham as suas zonas de busca perfeitamente definidas, e já os estavam a procurar ativamente.

No “República”, às 22H00, é lançado por rádio, um aviso a toda a navegação na zona:

“Um hidro estava em pane na linha Fernando Noronha-Penedos”.

Esta mensagem é recebida no navio “Paris City”, capitão A. E. Tamlyn, que os encontra e os salva às 00H35.

Ás 06H30, o “República” chegou, e recolheu-os. Não foi possível salvar este 2º avião, que se perdeu.

Em reconhecimento do socorro, Gago Coutinho escrevia todos os anos, no aniversário do Capitão Tamlyn, uma carta a agradecer o salvamento.

A cigarreira de ouro, que foi oferecida ao Cap. Tamlyn, pode agora ser vista no Museu do Ar, em Sintra, por cortesia da sua família. Um pequeno diamante indica o lugar em que foram encontrados.

Na atualidade, uma imagem de uma radar de navegação de um avião moderno: A linha Penedos-Fernando Noronha, (cerca de 600 km de distância), e a posição da amaragem de emergência: mais uma vez se comprova a precisão da navegação feita por Gago Coutinho.

(Mais) uma lição para a vida: Quando mais nada podemos fazer, resta-nos confiar na nossa equipa de apoio. – JMF

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